quarta-feira, 28 de julho de 2010

Como se fosse real

"True, I talk of dreams,
Which are the children of an idle brain,
Begot of nothing but vain fantasy,
Which is as thin of substance as the air
And more inconstant than the wind, who wooes
Even now the frozen bosom of the north,
And, being anger'd, puffs away from thence,
Turning his face to the dew-dropping south."
(Romeo and Juliet - Shakespeare)


Ouvi uma vez um sujeito muito sábio - e muito, muito, muito velho - dizer que tudo tem seu tempo. Vocês devem lembrar dele - surge às vezes durante a noite, interrompendo o sono e terminando em lágrimas nos olhos abertos, nos sonhos de outras pessoas também. Acho que vocês entendem isso muito bem -- são os outros que não entendem. Eles tem pressa demais, empurram demais, chamam demais, reclamam demais. Nós dois sabemos que não é assim. Um passo de cada vez. Tudo a seu tempo. 

Vocês são tão engraçados, e diferentes -- até mesmo contraditórios! Nem mesmo o ritmo tem em comum. Entre baby steps e a corrida desarvorada do desespero, vocês povoam minha vida e a das pessoas a minha volta. Alguns pacientes, outros eufóricos, mas todos me parecem tão antigos. 

Engraçado pensar que todos que abandonei em algum ponto, voltaram sorrateiramente para me assombrar (ou alegrar? rs). Vocês podem me levar as lágrimas por um season finale, ou perturbar meu trabalho com suas intromissões. Aliás, todos os momentos, menos aqueles em que tento transformá-los em realidade - afinal, ai, qual é a graça?

Passo a passo, devagarzinho, eu vou desfazer cada um de vocês. Bem devagar, é claro, porque é sempre preciso de algo para sonhar; mas espero que conforme alguns forem atravessando a linha para o lado do real, outros venham tomar seu lugar. 

Não tenho pressa, juro. 

Só desejo e certeza.

Espero que isso seja o suficiente.

"The universe will sing you to sleep."

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